segunda-feira, 22 de junho de 2015

TESTEMUNHA AFIRMA AO CNJ QUE PRESENCIAVA COMPRA DE LIMINARES NO TJCE



A clássica cena da mala cheia de dinheiro aconteceu. Certa vez, o emissário vindo de um escritório de advocacia chegou na portaria do Tribunal com a dita pasta preta. Escondia mais de R$ 400 mil e queria entregar diretamente na mão do desembargador. Era plantão de feriado, fim da tarde, e o magistrado cumprira o acordo, soltou “uns caras aí”. Mas, ciente do risco, o douto togado pediu cuidado e não deixou que o homem subisse ao gabinete. Chamaria atenção. Tratou de receber o pagamento de outro jeito.

O relato é de uma testemunha-chave, que prestou depoimento ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em setembro de 2014, na investigação sobre a venda de liminares por desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Esquema que seria sustentado por escritórios de advocacia a partir da clientela do crime. Servidora, ela conta que chegou a ver o homem da mala e confirmar quem a receberia.

Num dos momentos do depoimento ao CNJ, a testemunha descreveu a insistência de um advogado: “Pode fazer o alvará logo, porque vai sair a favor”. Naquele dia, num primeiro momento, a soltura não foi concedida, mas imediatamente o advogado fez uma ligação para o desembargador, que então disse ter se enganado e reformulou sua decisão. O advogado saiu rindo e ela, ali, assustada com o que vira. O criminoso representado foi mesmo solto.

Fonte: O Povo

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