terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

GOVERNO SINALIZA RENDIÇÃO AO PMDB

Ministro Aloizio Mercadante (à dir.) deixa residência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (ao fundo)


Após amargar derrotas no Legislativo nas últimas semanas, o Palácio do Planalto sinalizou nesta segunda (23) que está disposto a fazer concessões ao PMDB para aprovar no Congresso o ajuste fiscal com mudanças em leis trabalhistas e previdenciárias. 
O governo indicou que pretende contemplar seu principal aliado com nomeações nos cargos de segundo escalão e conferir mais peso à sigla nas decisões do governo. 
A ofensiva em busca de apoio para o pacote fiscal começou com um almoço entre o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), desafeto de Dilma. 

O ministro foi o primeiro emissário da presidente Dilma Rousseff a buscar uma articulação direta com Cunha, que derrotou o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, na eleição à presidência da Casa. 

A tentativa de aproximar o Planalto de Cunha ocorre após o ex-presidente Lula aconselhar Dilma a apaziguar a relação com o presidente da Câmara. Em encontro no último dia 12, Lula disse à sucessora que o governo não pode viver em ''guerra'' com o Congresso em meio à tarefa de aprovar o ajuste fiscal. 

Noutra frente para afinar a articulação com o Congresso, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) se reuniu com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e seriam finalizadas em um jantar do ministro Joaquim Levy (Fazenda) com a cúpula do PMDB nesta segunda-feira. Diante da relação desgastada com a base aliada, o governo quer acelerar as nomeações dos cargos logo abaixo de ministros ou nas estatais. A lista de desejos do PMDB e outros aliados inclui as diretorias do setor elétrico, como Eletrobras e Furnas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário